segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O perigo da solidão

A solidão não existe ou, pelo menos, é relativa!

Só sente sozinho quem está voltado, apenas, para o exterior. Aqueles que têm o mínimo de consciência do seu "eu", percebem com facilidade que estão permanentemente acompanhados pela pessoa mais importante do mundo: Eles próprios!

Não é uma questão de egocentrismo, é uma questão de perceber que, desde que nascem até que morrem, a única pessoa que vai estar sempre presente são eles mesmos: é com a sua consciência que se debatem, é ela a sua melhor amiga ou pior inimiga, é com ela que falam quando, no escuro da noite, deitam a cabeça no travesseiro...

Por isso, é a si mesmos que têm de ser fiéis, valorizarem-se pelo bom, criticarem-se pelo mau, e aprender a conhecer-se melhor!

Mas a maioria das pessoas, infelizmente, está voltada para fora: ou são submissos à vontade e pensamentos alheios, ou estão tão concentrados neles mesmos que descuram tudo o resto (pelo extremo oposto)...

Não se convencem que nunca vão encontrar nos outros respostas que só eles mesmos podem dar, nunca encontrarão o amor dos outros enquanto não se amarem, nunca farão ninguém feliz enquanto não forem, eles mesmos e pelos seus próprios meios, felizes...

Mas esta "solidão", tantas vezes associada à liberdade (como se ter um companheiro ou companheira fosse alguma espécie de prisão....) não deixa de ter o seu perigo, quando levada ao extremo.

Encontrar felicidade na individualidade e fazê-la perpetuar no tempo pode trazer o risco de nos tornarmos incapazes de partilhar a nossa vida com alguém... e, aí sim, somos prisioneiros de nós mesmos e encontraremos a solidão!

Por isso, é como sempre digo: Andar pelo caminho do meio! Atirar-mo-nos para os extremos é fácil, conseguir um equilíbrio é que é mais complicado! Mas não devemos desistir!

Afinal, é a nossa felicidade que está em causa....

2 comentários:

  1. «e sem politicamente-correctos, como me definiu alguém um destes dias...» :DD

    Sermos nós próprios é complicado e conhecermo-nos mais complicado é. São poucos os que, talvez, se possam gabar de se conhecerem e de serem, como disse, fieis simplesmente a eles próprios. A liberdade não vem, assim, do nada. Conquista-se. Aliás, como tudo na vida.

    Há quem esteja uma vida inteira a percorrer um caminho que não é o seu e depois... depois nada resta. Sim, porque a superficialidade que muitos tentam fazer emergir – lá está, para parecer bem – acaba por se deixar esmorecer num buraco bem fundo.

    Acredito, muito sinceramente, que se quisermos verdadeiramente uma coisa, conseguimos tê-la, e tê-la sem ter que 'passar por cima' de seja quem for. Pode demorar mais, é certo, mas consegue-se. Basta querer. Basta ter força e... e nunca desistirmos de nós próprios!

    Desistirmo-nos de nós é 'entregarmo-nos' aos outros... e aí sim, a solidão existe.

    Um beijinho, Marta*

    e boa sorte neste mundo dos blogs ;D,



    Sara Mota

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  2. O perigo de estarmos conosco mesmos, é que esse solilóquio pode não nos abrir para o mundo! Desconectar-se do externo é tão ruim quanto submeter-se a ele! Abraços

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