terça-feira, 24 de novembro de 2009

Frontalidade

Olá a todos

Por uma mão cheia de motivos (uns mais válidos do que outros) tenho descurado um bocadinho este blogue...

E logo eu, que gosto tanto de escrever... mas também não quero deixar aqui uma mensagem qualquer! Não quero encarar este espaço como uma obrigação, em que tenho mesmo que escrever qualquer coisa de x em x dias... Não!

Criei-o porque me apetecia escrever sobre tudo e sobre nada e quando comecei, foi muito libertador... e continua a ser! É onde vou deixando o meu estado de espírito fluir e transformando-o em palavras...

Há alguns anos a esta parte que a minha genuinidade passou a ser valorizada... Sempre fui muito autêntica e expontânea, mas só depois do reality show essa faceta passou a ser reconhecida e estimulada! Habituei-me, de tal maneira, a "ser eu própria" (em linguagem comum) que já não consigo ser de outra maneira. E "burro velho não aprende línguas", dizem...

Mas uma conversa de ocasião e alguma experiência de vida fez-me perceber o quanto é fácil deturpar a questão da frontalidade, vista como uma qualidade (porque o é) mas usada de tantas formas perversas...

Senão vejamos: se cada um de nós dissesse tudo o que pensa, a quem quer que seja, em qualquer altura (em nome da defesa da frontalidade), este mundo seria um caos e andaríamos todos à estalada... A anarquia na escolha das nossas palavras, gestos e atitudes faria de nós seres muito "frontais"!... Mas inflexíveis!.. na aprendizagem com os outros, nos relacionamentos de uma forma geral, na postura perante a vida...

Por isso tenho-me esforçado por manter uma linha coerente, até para garantir o meu próprio equilíbrio interno (o mais importante em última análise)...

Tenho, então, o meu próprio conceito de frontalidade! Acima de tudo, baseado na verdade, mas numa verdade que não atropela nem se auto-impõe. Não digo tudo o que penso como os malucos, digo apenas quando me perguntam... Se tenho uma opinião desagradável procuro guardá-la para mim... (não tenho gosto nenhum em magoar os outros com ela). E se me perguntarem? Aí digo o que penso, não posso mentir, mas da forma mais calma e respeitadora que conseguir...

Porque, acima de tudo, a minha verdade não é necessariamente, a verdade dos outros. E ser frontal não é ser brusco, intolerante, impositivo e manipulador. Há maneiras de sermos verdadeiros nas palavras e comportamentos, sem atropelar os outros pelo caminho...

Porque a arte não está em sentarmos ao volante de um camião, pôr a mudança e acelerar indiscriminadamente até ao destino, numa linha recta e atropelando tudo pelo caminho... isso é fácil, isso qualquer um sabe fazer... o dificil é conduzir o mesmo camião, pelas curvas e contracurvas do caminho e chegar ao destino sem ter destruido uma única erva daninha....

Mas, lá está, é apenas a minha opinião... não uma verdade absoluta ;)



quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ventos de Mudança


Somos todos, de uma maneira ou de outra, avessos á mudança!


Mudar implica lidar com o desconhecido, sair da zona de conforto (e comodismo) e começar do zero. Implica abandonar velhos conceitos e certezas, admitir que não sabemos tudo, que estamos preparados para pouco e que, por incrivel que pareça, os acasos não existem...

Quantas vezes nos acontecem coisas que não compreendemos, que achamos injustas, que nos revoltam... para depois, uns tempos mais tarde, acabarmos por perceber que tudo fazia, afinal, sentido?...

No entanto, a passagem de uma coisa para outra não deixa de ser dolorosa... Estendemos as amarras ao máximo, na ilusão que talvez consigamos segurar aquilo que, na verdade, já não está lá... depois fechamo-nos no casulo da auto-comiseração, cheios de insegurança achando que a nossa vida perdeu o sentido ali... e mesmo quando a mudança nos bate á porta fingimos não a ouvir...

Mas, aos poucos, vamos abrindo a porta... vamo-nos permitindo sentir... primeiro uma brisa... depois o vento... e a mudança toma-nos por completo numa viagem alucinante!

Percebemos então o porquê das coisas, a razão de nos terem arrancado o fato á força... precisavamos ficar despidos para que a nova indumentária pudesse servir! E tão mais bonita e confortável ela é!!!

domingo, 8 de novembro de 2009

A história da vida dele...

Ui, gente boa... novo empate nas votações de texto... assim sendo, escolho eu! eh eh eh

Obrigado por me acompanharem nesta aventura! Nunca é demais agradecer!

Então, aqui vai! Boa leitura!

E comentem! Podem cascar à vontade que eu tenho as costas largas... Lol

Um amigo desorientado desabafava comigo via msn. Lá largei o pano do pó e sentei-me, calmamente, aguçando as pontas dos dedos para corresponder ao pedido...

Ele - ...Continuo com o mesmo pensamento... do conto encantado... mas o instinto... odeio esta vida de andar com esta e com a outra...

Eu - Então porque andas? Pára um bocado...

Ele - Sei lá... é horrível, parece que não consigo, é estúpido... tenho que estabilizar senão dou em doido...

Eu - Mas tens de estabilizar sozinho, só depois é que tens capacidade para estabilizar com alguém...

Ele - Isso assusta-me, porque a solidão me mata devagarinho... E a sensação imediata de estar com alguém esconde essa solidão.

Eu - Não estás sozinho, tu deves ser a pessoa mais importante da tua vida!

Ele - Tens razão, tenho que me deixar disso, isto não é vida!

Eu - Só estás a prolongar um problema e a desgastares-te... De que serve esconder a solidão no imediato se, logo depois, ela volta com força a dobrar?

Ele - Mas entro em pânico quando estou sozinho...

Eu - Vais estar sozinho o resto da tua vida, por mais que entrem e saiam pessoas e coisas...

Ele - Sim, é verdade, mas essa realidade é horrível...

Eu - Não, não é! Já te escutaste, com atenção? Do que gostas, o que queres, o que fazes para o conseguir? Gosta de ti, porra! Valoriza-te e mima-te!

Ele - Tens razão, vou fazer por isso!

Eu - Lol, não quero ter razão, quero que metade do que te disse fique registrado! E ajudar-te a pensar e ver coisas que, neste momento, não és capaz! Não achas triste que a tua felicidade dependa sempre de alguém como se tu próprio, o actor principal da tua vida, não existisse?

Ele - Isso é interessante mas eu sou assim... acho que isto já está intrínseco... mas vou-me concentrar mais em mim... se calhar, ajuda até a lidar com os outros...

Eu - Entregaste-te, acomodaste-te, e dás essa resposta á tua consciência para te desresponsabilizares... Não queres assumir que desististe de tomar as rédeas da tua vida... Portanto, não te podes queixar...

Ele - Sim, essa é a historia da minha vida... E não me posso mesmo queixar... Mas estou a tentar mudar isso!

Eu - Força, vai em frente! Eu estarei sempre aqui!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Tolerâncias à parte...

Aqui vai o vencedor, sendo que este é um dos meus textos favoritos... escrevi-o, não com a serenidade que me é habitual mas no meio de um misto de sentimentos turbulentos... também os tenho, de vez em quando... LOL...

Não se esqueçam de deixar a vossa opinião e, claro, votar no próximo ;-)

Considero-me uma pessoa tolerante, muito tolerante, até...

Mas há coisas que, até para uma pessoa tolerante como eu, ultrapassam qualquer senso de razoabilidade ou bom-senso. É que ser tolerante é uma coisa, ser cumplice de erros é outra... Da mesma forma que ser humilde não é ser subserviente...

Por exemplo, quando peço conselhos a alguém sobre o que fazer em determinada situação (o que, confesso, não é muito comum...) espero ouvir a sua opinião honesta independentemente se coicide, ou não, com a minha. Da mesma forma, quando solicitam a minha opinião, (e só quando a pedem!), digo o que acho de verdade, mesmo que doa um bocadinho...

Com o meu parecer a pessoa faz o que entender... não passa disso mesmo, da minha opinião. Mas custa-me verificar que, na hipótese de não pensarmos da mesma maneira, a pessoa gasta muita energia a tentar convencer-me do seu ponto de vista. Ou seja, nunca quis ouvir a minha opinião. Quis, isso sim, reforçar a sua ideia e conseguir "adeptos"... Então para que perguntou?

Depois, vêm os sentimentalismos... quando defendem que ninguém controla os sentimentos e bla, bla, bla... Pois... mas uma coisa é o que se sente... outra é a atitude que se tem perante o que se sente. Fria? Talvez... prefiro chamar-lhe realista! Mas é muito fácil e tentador justificar erros e comportamentos desadequados com "o sentimento"! (faz-me lembrar aqueles que bebem´e aproveitam para fazer os maiores disparates do mundo porque sabem que, no dia a seguir, podem sempre desculpar-se com o alcóol)...

Como se aqueles que têm controlo emocional sobre si mesmos, aqueles que não são egoístas ao ponto de achar que só o seu sofrimento interessa, e que sabem que: "Aquilo que se ama verdadeiramente deixa-se livre. Se voltar, é porque é nosso, se não, é porque nunca nos pertenceu...", sentissem menos que os outros, os que choram muito, os que têm depressões e se descabelam a achar que o mundo vai acabar...

Frieza?Não, amor! Especialmente por nós próprios. Não se é dono da razão mas aceita-se os próprios defeitos sem nunca desistir de melhorar... aceita-se que os outros não são feitos á nossa medida e, ainda assim, gosta-se deles. Liberdade e Respeito, para aceitar aquilo que não se pode mudar, e Força para mudar o que podemos.

É essa a magia de amar: quem, quando e quanto tempo quisermos, não há limites! Ninguém manda nem controla, nem nós! Agora, o que fazemos com isso - a atitude - só depende de nós. Portanto, lamento se não me encho de dó daqueles que cantam ao mundo o quanto "sofrem por amor"...

Sofrem porque são isentos de personalidade e verdadeiro amor: o amor-próprio! E mais, são egoístas e inocentes. Porque, na verdade, acham que amam mas não amam... confundem-no com sentimento de posse! Com poder e comando sobre o outro.

"Não posso viver sem ela...", "A minha vida vai acabar...", etc... Eu, Eu,Eu! E querem que acredite que amam? Poupem-me...