quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Tolerâncias à parte...

Aqui vai o vencedor, sendo que este é um dos meus textos favoritos... escrevi-o, não com a serenidade que me é habitual mas no meio de um misto de sentimentos turbulentos... também os tenho, de vez em quando... LOL...

Não se esqueçam de deixar a vossa opinião e, claro, votar no próximo ;-)

Considero-me uma pessoa tolerante, muito tolerante, até...

Mas há coisas que, até para uma pessoa tolerante como eu, ultrapassam qualquer senso de razoabilidade ou bom-senso. É que ser tolerante é uma coisa, ser cumplice de erros é outra... Da mesma forma que ser humilde não é ser subserviente...

Por exemplo, quando peço conselhos a alguém sobre o que fazer em determinada situação (o que, confesso, não é muito comum...) espero ouvir a sua opinião honesta independentemente se coicide, ou não, com a minha. Da mesma forma, quando solicitam a minha opinião, (e só quando a pedem!), digo o que acho de verdade, mesmo que doa um bocadinho...

Com o meu parecer a pessoa faz o que entender... não passa disso mesmo, da minha opinião. Mas custa-me verificar que, na hipótese de não pensarmos da mesma maneira, a pessoa gasta muita energia a tentar convencer-me do seu ponto de vista. Ou seja, nunca quis ouvir a minha opinião. Quis, isso sim, reforçar a sua ideia e conseguir "adeptos"... Então para que perguntou?

Depois, vêm os sentimentalismos... quando defendem que ninguém controla os sentimentos e bla, bla, bla... Pois... mas uma coisa é o que se sente... outra é a atitude que se tem perante o que se sente. Fria? Talvez... prefiro chamar-lhe realista! Mas é muito fácil e tentador justificar erros e comportamentos desadequados com "o sentimento"! (faz-me lembrar aqueles que bebem´e aproveitam para fazer os maiores disparates do mundo porque sabem que, no dia a seguir, podem sempre desculpar-se com o alcóol)...

Como se aqueles que têm controlo emocional sobre si mesmos, aqueles que não são egoístas ao ponto de achar que só o seu sofrimento interessa, e que sabem que: "Aquilo que se ama verdadeiramente deixa-se livre. Se voltar, é porque é nosso, se não, é porque nunca nos pertenceu...", sentissem menos que os outros, os que choram muito, os que têm depressões e se descabelam a achar que o mundo vai acabar...

Frieza?Não, amor! Especialmente por nós próprios. Não se é dono da razão mas aceita-se os próprios defeitos sem nunca desistir de melhorar... aceita-se que os outros não são feitos á nossa medida e, ainda assim, gosta-se deles. Liberdade e Respeito, para aceitar aquilo que não se pode mudar, e Força para mudar o que podemos.

É essa a magia de amar: quem, quando e quanto tempo quisermos, não há limites! Ninguém manda nem controla, nem nós! Agora, o que fazemos com isso - a atitude - só depende de nós. Portanto, lamento se não me encho de dó daqueles que cantam ao mundo o quanto "sofrem por amor"...

Sofrem porque são isentos de personalidade e verdadeiro amor: o amor-próprio! E mais, são egoístas e inocentes. Porque, na verdade, acham que amam mas não amam... confundem-no com sentimento de posse! Com poder e comando sobre o outro.

"Não posso viver sem ela...", "A minha vida vai acabar...", etc... Eu, Eu,Eu! E querem que acredite que amam? Poupem-me...

3 comentários:

  1. Marta,
    O ser tolerante não implica à partida, que tudo se aceite, mal estaríamos se assim fosse, no entanto, existe quem, achando-nos tolerantes, usa e abusa desse modo de estar e sentir.
    falas de sentimentos, frieza, amor, tolerância, falta de personalidade...
    Conjunto de palavras sábiamente dispostas num texto que mostra acima de tudo um estado de espírito de momento, mas acima de tudo honestidade.

    Beijinho e boa semana
    GW
    http://generalgw.blogspot.com/

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  2. As pessoas mal se conhecem (estou a generalizar o que, obviamente pode ser um erro, mas pronto...), e tão pouco se mostram interessadas em se querer conhecer. E a postura costante de vítima fica tão mal... eu confesso que não tenho a mínima paciência para esse género de discurso em que a pessoa se auto-vitimiza (mas claro, tudo depende da pessoa em questão e das suas circunstâncias). É que... o que ganham com tal discurso? a atenção de todos? a preocupação? Todos nós gostamos de nos sentir queridos, amados. Eu gosto. A diferença está na atitude que se adopta para conseguir essas demonstrações de carinho e julgo que está-se longe de ser preciso essa tal postura de ombros caídos.

    ok, é certo que nem toda a gente tem a mesma força, a mesma coragem, o mesmo espírito e o mesmo gosto pela vida, o mesmo Querer! porque acredito, seriamente, que quando se Quer verdadeiramente algo, consegue-se. Porém, talvez seja mais fácil ser-se à partida derrotista e, por experiência própria, sei que é, muitas vezes, assim que se Vence (e assim, a aparente 'vítima' é mazé mais um ser muito inteligente e que vê a vida como uma selva). Porque 'tadinha da menina que está tão mal'... Haja tolerância, sim e, acima de tudo, Humanismo, mas há coisas que são demais. Numa primeira fase, dá-se a mão, quer-se ajudar, depois..? depois a conversa começa a ser sempre a mesma, toma-se mais um comprimido e outro. está-se viciado. o problema é atenuado. parece-se tudo bem, mas não está. e aquela que seria apenas uma fase, torna-se num ciclo vicioso...

    mas lá está, tudo depende da pessoa em questão e do que a envolve. generalizar, às vezes, pode ser cruel.

    há que ter o tal amor-próprio, só assim é possível amar o Outro para além de nós. e não, não me parece, de todo, egoísmo mas sim bom senso.

    ... porque só se alcança a liberdade quando se é detentor de responsabilidade!

    beijo, Marta*

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  3. A mim dá-me aquela impressão que estás a desculparte por colares um belo par de raminhos lá na testa do ingénuo. Portanto, podes contares as histórias que te apetecer das cores que mais te convierem, mas a verdade é uma consciência que não se ausenta. Por isso tentas justificar-te. Mas isso tanto passa como não passa.
    Arranaja-te.

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