Aliás, sonhar e acreditar é visto como sinal de fraqueza, uma fraqueza que nos deixa nus e vulneráveis a tudo e todos... Não, isso não queremos! Desejamos o reconhecimento, o respeito e a consideração dos outros, ser visto como um exemplo a seguir... pelos outros!
Então e nós? Deixamo-nos moldar de tal maneira áquilo que é suposto sermos que, quando damos conta... não sabemos quem somos! Até afastamos pensamentos, abafamos desejos e destruímos sonhos, com vergonha do que pensamos, desejamos e sentímos... Porque pensar, desejar ou sentir tais coisas torna-nos fracos aos olhos dos outros... sempre os outros...
Que falta de segurança e auto-estima! Que falta de respeito por nós próprios! Preferimos ser bichos solitários (que se escondem deles mesmos) - mas intocáveis aos olhos dos outros! - do que assumir posturas (enquanto acreditamos) e pedir desculpa (quando erramos)!
Mais vale viver no conforto da indecisão do que no risco da decisão mal tomada... Porque pedir perdão arranha muito o ego (tão frágil quanto vazio)... E apontar o dedo aos outros é sempre tão mais fácil e dá tão mais prazer... Uma sensação de poder que só a mesquinhez pode sentir...
Pobres seres que somos... marionetas de uma vida estériotipada onde nos deixámos arrastar por pura cobardia... nem Darwin (quando proferiu a " Lei do mais forte" e proclamou a "sobrevivência do mais apto" relativamente ás espécies) imaginava que usaríamos a mesma estratégia para sobreviver.... sim, porque isso não é viver!
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Bichos
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
A ilusão da desilusão
MALTA: Empate técnico entre os textos "amigas" e "Bichos"! Por isso aqui vai um texto novo, esperando que desempatem desta vez... Boas leituras!
Crio expectativas? Sim! Tenho desilusões? Também! Mas apenas em relação ao que me propuz fazer e que não consegui cumprir; em relação àquilo que achava ser capaz e não fui; em relação ao que sonhei mas ainda não atingi... Em suma, em relação a mim, e ao que de mim depende! Sou dona e senhora do que penso, do que sinto, de como ajo... e essa capacidade é tão libertadora quanto castradora! Porque, se nos traz direitos, também nos cobra deveres! E quando eu não fui capaz, é só comigo que tenho de me desiludir, e a quem tenho de exigir!
Quando falamos de outros, inverte-se a questão... ou não!
Senão vejamos: As grandes desilusões (ou, pelo menos, aquelas que nos marcam de forma mais profunda...) são sempre com pessoas, ou com situações que envolvem “falhas” de outros. Mas alguma vez paramos para pensar se aquilo que esperamos dos outros está de acordo com aquilo que eles podem, realmente, dar? Ou somos nós que queremos tanto que sejam capazes que colocamos a fasquia onde eles não podem (ou, simplesmente, não querem) chegar?
Por isso, a fórmula é simples! Onde não há ilusão, também não pode haver desilusão! Que as coisas sejam vividas a cada momento como se esse fosse o último! Porque pode, de facto, ser... Que não se viva hoje perdido na ilusão e expectativa de como vai ser o amanhã... O passado não existe porque já passou! O futuro também não, porque ainda não aconteceu! O que resta? Presos aos 2 primeiros estamos fora de tempo e, portanto, fora de realidade!
Meus amigos, contra-argumentem, se quiserem. Mas uma coisa é certa: As pessoas não me desiludem... no limite, fui eu que me iludi com elas!
domingo, 18 de outubro de 2009
O que não tem remédio...
Tal como prometido, aqui vai o texto vencedor da sondagem! Comecem já a votar para o próximo...
Se o homem fosse feito para estar sozinho, havia uma ilha deserta para cada um de nós! É na partilha, no desacordo, no contacto com os outros que aprendemos a ser gente. No entanto,"todos temos as nossas próprias guerras para enfrentar", alguém me dizia... e é bem verdade!
Não vale a pena, por muito que o desejemos, tentar assumir o lugar dos outros e enfrentar, no lugar deles, os medos, as inseguranças, as ameaças... é uma guerra que têm de travar sozinhos e nós, aceitando a ausência de vontade da nossa ajuda, nada mais podemos fazer que estar presentes e disponíveis para limpar as feridas e oferecer o colo... as vezes que forem precisas...
Na angústia de os ver á beira do abismo (e continuarem a acreditar que saltar é a única solução) até nos esquecemos das nossas próprias guerras e das muitas vezes que também foi necessário saltarmos para aprendermos alguma coisa... e tinha sido tão bom se tivéssemos tido o colo de alguém...
Por isso, o que não tem remédio, remediado está!
Tudo o que está ao nosso alcance é fazer sentir a quem nos é querido que, se saltar, terá lá em baixo uma almofada para amortizar a queda... se partir para a guerra cá nos encontrará quando chegar... sem julgamentos nem cobranças!